Essa é a mais pura verdade: Eu não ia no show do The B-52s.
Conheci e comecei a gostar dos "Bê-52", tb apelidados por aqui de "bife com chuchu", pelos idos de 1984. Nessa época, comprei todos os vinis lançados e acompanhava as parcas novidades pela Biss ou por uma ou outra revista de cifras que faziam pequenas introduções das bandas nas primeiras páginas. Eu garimpava essas informações, assim como as de outras bandas que gostava, nas bancas de revistas ou onde mais pudesse encontrá-las. Me tornara um fã - um outer space, como são chamados os fãs dos B's.
Em 1985 não pude ir ao Rock In Rio. Só tinha 15 anos. Fiquei frustrado. Fiz uma promessa de, um dia, ganhar um beijo da Cindy Wilson no rosto. Em verdade, as promessas eram duas: ganhar o beijo da vocalista loira do "Bê-52" e cumprimentar Mark Mothersbaugh, vocalista míope da banda Devo. É "divo". E não "devo, não nego, pago quando puder". Cansei de ouvir essa piadinha.
Em 1989, mais do que cumprimentar Mark Mothersbaugh, eu conheci toda a banda, ganhei um botom do vocalista e fui convidado para subir no palco em uma das apresentações. Não, eu não dei uma da Katilce com Bono Vox. Longe disso. Fui convidado a marchar, em alinhamento com os membros da banda, durante uma música cujo solo era uma longa batida militar. E não passou disso!!! Juro... juro mesmo!!!
Em 1999, The B-52s se apresentou no Brasil pela segunda vez. Se apresentaram na Hípica Paulista e eu estava lá. Algumas horas antes do show me encontrei com a banda... Kate, Fred, Keith... Mas Cindy não estava lá. Havia ganhado bebê naqueles dias e eu fiquei sem meu beijo. Todos os beijos que ela tinha para dar, naqueles meses, foram para o bebê... provavelmente!!!
Conheci e comecei a gostar dos "Bê-52", tb apelidados por aqui de "bife com chuchu", pelos idos de 1984. Nessa época, comprei todos os vinis lançados e acompanhava as parcas novidades pela Biss ou por uma ou outra revista de cifras que faziam pequenas introduções das bandas nas primeiras páginas. Eu garimpava essas informações, assim como as de outras bandas que gostava, nas bancas de revistas ou onde mais pudesse encontrá-las. Me tornara um fã - um outer space, como são chamados os fãs dos B's.
Em 1985 não pude ir ao Rock In Rio. Só tinha 15 anos. Fiquei frustrado. Fiz uma promessa de, um dia, ganhar um beijo da Cindy Wilson no rosto. Em verdade, as promessas eram duas: ganhar o beijo da vocalista loira do "Bê-52" e cumprimentar Mark Mothersbaugh, vocalista míope da banda Devo. É "divo". E não "devo, não nego, pago quando puder". Cansei de ouvir essa piadinha.
Em 1989, mais do que cumprimentar Mark Mothersbaugh, eu conheci toda a banda, ganhei um botom do vocalista e fui convidado para subir no palco em uma das apresentações. Não, eu não dei uma da Katilce com Bono Vox. Longe disso. Fui convidado a marchar, em alinhamento com os membros da banda, durante uma música cujo solo era uma longa batida militar. E não passou disso!!! Juro... juro mesmo!!!
Em 1999, The B-52s se apresentou no Brasil pela segunda vez. Se apresentaram na Hípica Paulista e eu estava lá. Algumas horas antes do show me encontrei com a banda... Kate, Fred, Keith... Mas Cindy não estava lá. Havia ganhado bebê naqueles dias e eu fiquei sem meu beijo. Todos os beijos que ela tinha para dar, naqueles meses, foram para o bebê... provavelmente!!!
O ano era 2009. Apesar de ser um fã extremado dessa banda da Georgia desde 1984, após uma análise fria, eu sei que esse show nunca deveria custar mais que um da Madonna ou do U2. Tá certo, é no Credicard Hall, casa pequena e com mais conforto que no Morumbi, ficamos mais próximo do palco etc etc. Mas não vale, cacete. O Credicard Hall, sabidamente, sempre usou desses expedientes de tortura para arrancar confissões de seus inimigos. Técnicas eficientes que têm conseguido segredos de segurança nacional... e tb grandes punhados de dinheiro de seus frequentadores. Isso, explicável pela demanda brasileira por bons espetáculos. Além disso, em Porto Alegre, dois dias após, o mesmo show custaria uns 60% de São Paulo. No Chile, na mesma semana, custaria cerca de 40% de São Paulo. E o Chile é mais longe dos EUA que aqui... Isso, inexplicável.
Eu cheguei à conclusão de que não participaria dessa orgia monetária promovida pela famosa casa paulistana e ponto final. Kate, Fred, Cindy e Keith que me desculpem, mas não vai rolar!!! Ah, quanto a promessa feita nos 80's, nem me lembrava mais disso havia muito...
Noite de 16 de abril, menos de 48 horas para o show dos B's. Navegando pela comunidade da banda no orkut eu li um post solitário sobre uma promoção para concorrer a uma par de ingressos para os B's. Mais tarde, vi que o post continuava solitário e resolvi clicar no link sugerido, que levava ao site Vírgula. Uma pergunta. Uma perguntinha apenas. Uma resposta criativa seria suficiente para o par de ingressos. Nem precisaria ser a mais criativa de todas. Bastaria ficar entre as oito melhores.
O que vc faria para a sua festa ficar mais divertida que um show do The B-52s?
"Minha Party Out Of Bounds teria 52 girls, Fred and Keith servindo Quiche Lorraine, kate e Cindy cantando Nude on The Moon caracterizadas e brindando a champanhe francesa."
Olha, se vc não achou a frase criativa foda-se pq eu ganhei o par de ingressos com ela!!!
Dia do show. Minha filha ficou sabendo que iríamos ao show e soltou:
- Oba! Adoro The B-52s!!!
Com oito anos, não poderia entrar no show com os pais. E nem havia um terceiro ingresso. Confesso que, nessa hora, bateu aquele famoso remorso paterno característico de alguma bobagem que falamos ou ato fora de hora que cometemos e que acabam atingindo a inocência dos filhos... Mesmo que não tenhamos culpa alguma por isso. E ainda fui eu quem a ensinou a gostar de várias coisas e bandas dos 80's e 90's. Como sair dessa agora?. E numa tentativa desesperada e injustificada de compensá-la um pouquinho pelo que não tinha culpa, propus à pequena ir ao hotel onde a banda estaria hospedada para lhe mostrar os quatro tiozões da Georgia. E ela topou! Todas as últimas bandas que se apresentaram em São Paulo se hospedaram no Hilton Morumbi e prá lá que nós fomos, meio na sorte.
Quando estiveram aqui em 1999, saíram do hotel para a passagem de som por volta das 15:00 e essa era uma informação relevante que estava guardada em minha memória. Enfim, fui juntando algumas peças, montando um quebra-cabeças daqueles comportamentais que fazem os agentes do FBI e, por volta das 14:00, eu já tinha todo o cenário estratégico de como encontraria a gigantesca banda na minúscula metrópole paulistana.
- Oba! Adoro The B-52s!!!
Com oito anos, não poderia entrar no show com os pais. E nem havia um terceiro ingresso. Confesso que, nessa hora, bateu aquele famoso remorso paterno característico de alguma bobagem que falamos ou ato fora de hora que cometemos e que acabam atingindo a inocência dos filhos... Mesmo que não tenhamos culpa alguma por isso. E ainda fui eu quem a ensinou a gostar de várias coisas e bandas dos 80's e 90's. Como sair dessa agora?. E numa tentativa desesperada e injustificada de compensá-la um pouquinho pelo que não tinha culpa, propus à pequena ir ao hotel onde a banda estaria hospedada para lhe mostrar os quatro tiozões da Georgia. E ela topou! Todas as últimas bandas que se apresentaram em São Paulo se hospedaram no Hilton Morumbi e prá lá que nós fomos, meio na sorte.
Quando estiveram aqui em 1999, saíram do hotel para a passagem de som por volta das 15:00 e essa era uma informação relevante que estava guardada em minha memória. Enfim, fui juntando algumas peças, montando um quebra-cabeças daqueles comportamentais que fazem os agentes do FBI e, por volta das 14:00, eu já tinha todo o cenário estratégico de como encontraria a gigantesca banda na minúscula metrópole paulistana.
Juntei à câmera:
1. Um "capa amarela", o vinil debut da banda, de 1979;
2. O encarte de um CD de 1998 com os autógrafos de Fred, Keith e Kate, faltando apenas o de Cindy que estivera ausente do show de 1999 por ocasião do nascimento de seu segundo filho;
3. Uma camiseta oficial;
4. Uma caneta special-power-blast-rip-print-curl-jet-pro-surf-contest-brother-action preta já pilotada por Pelé, Mark Mothersbaugh e outros famosos em outras ocasiões;5. Uma filha de oito anos.
A estratégia para descobrir se os B's estavam ou não no Hilton Morumbi.
Encostei o carro na frente do hotel e não havia quase ninguém, a não ser por um fã com camiseta do Motorhead portando algumas revistas para autografar, um casal com uma menininha de uns dois anos vestindo uma camisetinha do Motorhead e uma van. Certamente, era van de turnê pq tinha um insulfilm parecido com fita isolante. Mas consegui ver que o motorista dormia. Mas a van poderia ser do B's, mas também do Motorhead, que se apresentaria na mesma noite... ou do Calypso, do Zezé e Luciano... de qualquer um. No hotel, funcionários sempre simpáticos ao serem perguntados, afirmavam não saber de nenhuma banda "Bê-52" hospedada. Fiquei algum tempo conversando futilidades com a recepcionista prá tentar arrancar a informação mas ela não abriu. Nessa hora, o fã do Motorhead me disse que, fazia algum tempo, sairam daquela van estacionada uns "três tiozãos e mais umas tias velhas".Desde minha chegada se passaram uns 15 minutos e eu já estava armando o Plano B para ir ao Credicard Hall. Minha filha estava encantada com o Hilton. Até queria se hospedar lá. Foi quando percebi que o motorista da van havia acordado e o vidro estava aberto. Tinha que ser incisivo senão esse motorista me enrolava. Encostei na porta e ele já ia fechando o vidro quando eu o enquadrei a Capitão Nascimento:
- Quem vc vai levar aí?
O cara emudeceu, pensou para responder, ia gaguejar mas fator surpresa é foda!!!
- Vou levar o "Bê-52".
- Sabe o horário?
O cara ia gaguejar de novo mas resolveu se entregar...
- Estou esperando mas ninguém me informou o horário. Mas eu sei que já estão prá sair, estou me preparando para levá-los...
Agradeci, voltei ao saguão e dei de cara com dois "avós velhos" na recepção: o Lemmy Kilmister e o Phil Campbell. Me perdoem os fãs do Motorhead, mas eu estava lá pelos B's e cometi a heresia de nem me importar com a presença deles ali, ao vivo e a cores, na minha frente. E foi a minha atitude de sorte pq, em minutos, os B's começaram a surgir na recepção, um a um.
Fred nos atendeu prontamente, foi muito atencioso mas não se alongou muito. Keith atendeu sorridente e simpático, foi mais atencioso ainda, riu das piadas sem graça que fiz, fez perguntas sobre minha filha. Quando me virei para o outro lado, Cindy chegou sorrindo e veio rebolando, espalhafatosa, em minha direção. Me deu um branco nessa hora. Esqueci seu nome e a chamei de "Wooow". Ela perguntou da minha filha, autografou o album faltante, contou de seus dois filhos. Veio um branco maior, faltou assunto e, do nada, me veio à mente e eu soltei que tinha feito uma promessa na adolescência. E contei a ela qual era a promessa. E ela me deu um beijo no rosto.
- Espere... eu disse.
- O que? Não queria o beijo?
- Sim. Mas preciso fotografar para mostrar para meus amigos daquela época.
Ela riu, achou divertido, esperou minha filha apontar a máquina e perguntou se podia. E deu o segundo beijo, esse da foto.
Saiu, se despediu novamente quando estava na porta.
Então Kate chegou apressada. Estava atrasada e se incomodou um pouquinho com a minha abordagem. Mas o tour manager a tranquilizou e disse que estava tudo bem, que estavam no horário. Ela relaxou, tb perguntou da minha filha etc. A minha cara de pau voltou e eu pedi a ela um A-Pass para o backstage. Ela se virou para o Tour Manager:
- Ele vai conseguir para vc. E se despediu. O Tour Manager pediu meu nome e o da minha esposa, disse que não prometeria conseguir, mas prometeria tentar. Eu agradeci e assim foi.
- Ele vai conseguir para vc. E se despediu. O Tour Manager pediu meu nome e o da minha esposa, disse que não prometeria conseguir, mas prometeria tentar. Eu agradeci e assim foi.
Desde 18 de abril de 2009 os integrantes dos B's passariam a ser: Fred, Kate, Keith e Wooow.
Hora do show. Minha esposa e eu fomos ao guichê de convidados retirar os ingressos e os A-Pass para o backstage: duas pulseirinhas verde-amareladas que davam o direito de ir ao camarim da banda após a apresentação.
Havia um palco limpo, sem muitos recursos tecnológicos. Mas os The B-52s fizeram um show inesquecível. No backstage, após a apresentação, veio a Kate e ficou algum tempo com todos os cerca de dez fãs privilegiados que estavam por lá. Keith apareceu e saiu rapidamente. E Sterling Campbell, o baterista contratado, ficou por lá mais algum tempo.Naquela noite, retornamos para casa com uma certeza.
Puta que pariu, eu sou mesmo cagado prá caralho, eh, eh, eh, eh!!!
2 comentários:
(eu que removi o primeiro comentário. São 6 da manhã, que diabos eu faço acordada?!?! ah, sim: faço comentários cheio de erros de português que merecem ser MUITO editados! Mas agora vai)
Wooow!
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Nem falo nada, porque na hora em que vi os B's na minha frente, acho que esqueci os nomes deles, o meu, onde eu tava e como se falava.
Cara, mas que vc é sortudo, é! Mas nada como fazer a própria sorte também, não é mesmo? Afinal, se vc não manda resposta pra promoção, se não corre atrás deles no hotel etc?...
Eu também tenho a minha "lucky-caneta-para-autógrafos" que foi utilizada por integrantes do Franz Ferdinand, do LCD Soundsystem e agora, pelos B's! Três das minhas bandas favoritas, agora só falta o Devo (além do beijo que eu vou DAR no Gerald, hoho)! E o que vier depois deles é lucro!
Juro que hj eu tomo vergonha na cara e publico meu bendito post sobre o show! Se a internet não cair DE NOVO!
bjim e té mais!
Wooooowww... Dizem que, se vc mentalizar, você consegue. Nem que leve uns 25 anos,né? Bom, dentro dessa lógica, minha cobertura na praia, minha SUV equipada, minha plástica completa e minha viagem de volta ao mundo devem estar a caminho...
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